quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O poder do gesto

O gesto das palavras
As palavras no gesto

O olhar que abraça
O sorriso que expressa

O amor sublime que exala
Um brilho que resplandesce

A luz altiva emanada
De um poder cósmico que liberta



Para minhas irmãs, 
e todas aquelas pessoas dotadas da capacidade de sentirem 
e expressarem carinho no seu sentido mais puro, profundo e incondicional.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ele tá chegando...

...o verão na música, segundo:

- Alceu Valença: "Lá vem chegando o verão, no trem da estação da luz..."

- Banda Mel: "Já pintou verão, calor no coração. A festa vai começar..."

- Los Hermanos: "Deixa o verão pra mais tarde..."

- Marina Lima: "Vem chegando o verão, o calor no coração..."

- Jammil e Uma Noites: "É verão. Sei lá. Dá uma vontade boa de se dar..."

Quem souber mais alguma, pode continuar...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Lado a Lado

"Um escravo poeta e uma deusa vencida por uns versos baratos"

(Constância: personagem de Patrícia Pillar
na novela de altíssimo nível, Lado a Lado)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

12.12.12

Hoje um mundo se acaba
Termina para continuar continente
Dentro de um novo mundo dimensionado
No inverso de um universo coerente

Habita um corpo que levita
Observa ao longe o que sempre esteve perto
Palavras não mais alcançam a leitura cognitiva
Dotada da energia que se manifesta

Rompe-se a barreira do invisível
Mobiliza-se sensações de um inconsciente agora desperto
Extrapola-se o intangível
Adentra-se num processo dêitico evolutivo que permeia o abstrato e o concreto

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Silenzio

...e um silêncio tomou conta de mim

Teatro del Silenzio, idealizado por Andrea Bocelli

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mia

Coisas como preconceitos e julgamentos não passam de uma enorme ignorância pretensiosa. São apenas uma vã e inútil tentativa de enquadrarmos o que é certo e errado sob um parâmetro extremamente simplista dentro da imensidão indefinível que é a complexidade humana.


Inspirado no filme Mia

sábado, 24 de novembro de 2012

Nada desafia a razão

...

Isaak: A única coisa que dava sentido a minha vida, em Kiev, você jogou no mar, semanas atrás.

Dexter: Você e o Viktor eram...

Isaak: Amantes. Mais que isso. Você tirou de mim a única coisa que dinheir.o e poder não trazem de volta.

 ...

Isaak: O amor é assim. É uma arma poderosa. Pode estar ao nosso favor ou contra, não é?

Dexter: Eu não entendo muito de amor.

Isaak: É porque você é um cientista. O amor desafia a razão.

Dexter: Nada desafia a razão.

Isaak: Pela lógica, eu e Viktor não estaríamos juntos. Além do que se diz sobre regras sociais, Viktor era impulsivo, até imprudente. Sempre querendo provar algo. Acho que o coração sabe mais do que nós mesmos.

Dexter: Ou talvez o coração esteja errado.

Isaak: Eu duvido. O amor pode ser incoveniente, talvez inapropriado. Pode ser perigoso. Nos faz fazer coisas que nunca imaginaríamos. Mas, estar errado? Bem, isso depende... do nosso destino, não é?

...

(Dexter - 7ª temporada - episódio 8)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Espelho da alma II (versão inteira)

Gosto do que vejo em mim ao te olhar
E o jeito que você consegue me mostrar

Inteira

Não mais um pedaço do que eu era
Me reconheço naquilo que se reflete

Diferente

Beleza transformada pelo ato de se ver
Alma despertada para continuar a percorrer

Sincera

O que antes estava oculto aos olhos da mente
Se desfaz ao reconhecer a verdade que se revela

sábado, 10 de novembro de 2012

O que verdadeiramente nos liberta

Rabbit in your headlights - UNKLE feat. Thom Yorke
Estrelado por Denis Lavant - Dirigido por John Glazer


 Que os sonhos nos curem
Que a intuição nos guie
Que as palavras nos inspirem
E as emoções nos aliviem

terça-feira, 6 de novembro de 2012

É a vida, é bonita e é bonita

Um, nascido e criado no interior do sertão
De família pobre, não pôde receber uma formal educação

O outro, nascido e criado na grandeza da cidade
Que mesmo sem pedir, usufruiu de tal oportunidade

Um, encantou o povo com sua autenticidade e alegria
O outro, arrebatou a todos com a força sincera de sua poesia

Um, era escravo voluntário da música que o criou
O outro, buscava nas palavras liberdade de quem não lhe amou

Se o instrumento de um emite um belo som
Acompanhado de um outro elabora melhor o tom

Assim, um reconhece que na harmonia da parceria
Se canta um verso que no coração do outro tão só repetia

É a vida
É bonita
E é bonita


Inspirado no filme Gonzaga, de Pai para Filho.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A olhos nada vistos

E então começou devagar. O nada foi chegando. Tomando conta de tudo. Lentamente se movia. Todo branco. Ia escorrendo, deslizando por ruas escuras. Tinha uma espessa textura. Uma forma estranha de reentrâncias e relevos, que oscilavam, ora retos, ora curvos. Tudo o que tocava, em nada se transformava. Envolvia tudo o que via. Até que tudo se transformou em nada, por completo. Pessoas, casas, cores, o abstrato e o concreto. Nada era só o que havia. Nada era o que restava. Somente nada era o que existia. Quis ficar ali por uns instantes. Observando a sensação que exalava do vazio. Sentiu calma, quietude e paz. Em nada mais pensava, almejava ou temia. Estava neutra. Abstraída. Absorta. Sentido-o assim, puro, pleno e repleto. Percebeu que ali onde estava, naquele momento, nada era ou seria. O nada era o que realmente importava. E nada era o que realmente precisava, para compreender aquilo que um dia tudo significaria.


"Nothing I am, nothing I dream, nothing is new. 
Nothing I think, or believe in or say. Nothing is true... "

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Interações de uma estrela solitária

Numa noite nublada
Nuvens cinzamente rosadas
Brevemente se contraem

Desvendam uma estrela solitária
Que suspira em luz
A um coração que entoa

Versos interativos de um poema
Com cheiro carbonado aos sentidos
À medida que as palavras ditas

Ditam as dicotomias aliteradas
Ao respeitarem a vulnerabilidade
De serem livremente interpretadas

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um imediato momento minguante

O agora desejado de um ontem
Tem seu sentido ignorado por um hoje
O imediatismo tem seu significado próprio
Que só se revela no mimetismo de um instante
Não mais se permite após o tempo transcorrido
E se extingue por completo num momento minguante

A persistência da memória (1931), de Salvador Dalí

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Original X Originalidade

Ser original é ser diferente
Enquadrado em algum grupo já existente

Ter originalidade é em nada se encaixar
Pois a liberdade está pelos poros a exalar

O original se multiplica
A originalidade diversifica

Ser original, numa multidão se destaca
Ter originalidade, é estar à margem do que se passa

O original tem o seu valor reconhecido
A originalidade valoriza os sinceros sorrisos

Ser original é sempre a todos surpreender
Ter originalidade é a si mesmo compreender

O original reconhece seus caminhos possíveis
A originalidade se alimenta dos desvios imprevisíveis

Ser original é a capacidade da própria vida mudar
Ter originalidade é com ela a si próprio se transformar


Inspirado no filme sobre a vida de François Vatel (1631-1671)

sábado, 6 de outubro de 2012

Humanidade imune

Outra noite sonhei como o fim da humanidade seria
Todas as feridas sentidas em uma vida viriam à tona

A memória fazia sangrar no corpo
Marcas já cicatrizadas que de novo se abriam

Privadas do espaço para cura ou alívio
Pois o tempo, que tudo dissipa, revela que não existia

O tormento que a alma consome
Transfere a dor do quando em onde

Segue em direção entre um céu e um mar
Para além de um horizonte que expande

E sobrepõe a imunidade do pensamento
Diante do sofrimento que sentia

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Chuva de primavera

Chuva de primavera que inunda a terra
E exala, ao estiar, seu aroma primordial
Se mistura na profundeza do que nutre
Para depois transcorrer em ascendência
Ao lugar onde pertence
Em um estado rarefeito e universal
 
Umidifica a aridez do ar
Propaga a condição a que se propõe
Divaga entre céus ocultos e distantes
Conduzida por ventos uivantes
Que estão além do que se supõe
 
O oscilar de sua densidade
Não está em sua própria vontade
E sim no fortuito de sua natureza
Que flui em fluxo contínuo
E obedece nada mais do que ela mesma
 
Se extingue ao contrair seu movimento
E segue suspensa
Em busca de um novo quando
Para fazer deste o seu momento
E se liquefazer perante uma existência
Que permeia a solidez de um entretanto

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Dos nomes que me chamam

Lalá, Laralí, Lála, Sariza, Leurys, Lari, Lá, Lêirisse, Lary, Leurysam...

Tá parecendo o Richard falando. O "copy machine guy", do Saturday Night Live.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O que é isso que se perde?

                         O que é isso que se perde?
                                                  Que muda
                                    Que vira outra coisa
                           Que não mais se conhece

Não sabe se é bom ou ruim
Só sente o que se percebe
Diferente do que já foi
Distante de onde viera

                                         Quer aproximar
                                    Mas não consegue
                     Não há espaço para encaixar
                           A voz não mais reverbera

Uma sombra paira no ar
Contorna contornos meio tortos
Que se deslocam disformes
Devido ao seu cambalear

                Está agora em um novo caminho
  Que se manifesta no instante que percorre
                           E se move mesmo inerte
                      Em direção a um outro lugar

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Playing with colors

Green is hope
Blue is the sky
Dark is the night
White is the light

Yellow submarine
Purple rain
Playing with colors
Is good for the brain


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

No colo da carência

Outro dia acordei precisando de um abraço
Mas percebi que não era um abraço qualquer
Era o seu abraço e o seu jeito de me abraçar
Porque eu já conhecia o que sentia ao você me tocar
No colo da carência me deitei e permiti somente sentir
O momento quando isso passou e não mais se repetirá

domingo, 26 de agosto de 2012

Verdade uma ilusão

"saudade não é quando sentimos a falta da pessoa 
e sim quando sentimos sua presença"

(Marisa Monte, se referindo a Cássia Eller durante o show 
de sua deslumbrante turnê "Verdade uma ilusão")

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O vazio que ocupa

      O que ultrapassa a percepção espacial do corpo
          É o vazio impresso definido pela sua presença ausente
             Rasga a pele e revela a essência
                 Num estado repleto o qual lhe é inerente
                     O que excede o contorno delimitante do corpo
                           É a sua capacidade ordinária e não obstante
                                De ocupar e preencher qualquer ambiente
                                     Que mesmo abstrato em sua forma
                                           Também se molda em função deste corpo
                                               Perante ao desejo contido que extrapola
                                                   A vontade de se fazer coerente

BED, de Antony Gormley

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Kaspar Hauser

Isolado do mundo
Sem contato humano algum
Não sabe andar
Escrever, ler ou falar
Seu aprendizado está no fato de nada ter aprendido
Conhece apenas os mais básicos instintos
Sede, sono, dor, fome e frio
Sem sequer saber que assim lhes são definidos

É deixado numa praça
Agora não mais isolado
Livre, exposto
Aos olhos dos outros
É um estranho
Que a tudo estranha
Todos querem salvá-lo de tanto sofrimento
Sendo que ele mesmo nem entende que havia sofrido

Deve aprender que é um ser social
Para possibilitar seu convívio
Se vê presente no tempo
Avança
Questiona o corpo que sente
A vida das coisas
E as dúvidas da mente
Sonho, realidade
Pensamento e imaginação

De repente, tudo se apaga
E apesar de tanto aprendizado
Não compreende
Está de volta à escuridão
Ainda pior do que antes
Pois agora tem a consciência plena
Da dor que corrói e sangra em seu coração


Inspirado no filme O Enigma de Kaspar Hauser

sábado, 28 de julho de 2012

Música, voz e poesia


Após vê-lo ao vivo ontem, comprovei:
Filipe Catto é feito de música, voz e poesia.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

É madrugada

hoje é quarta. mas já é quinta.
é madrugada. 
lugar onde o tempo transita.
elabora o ontem. prepara o amanhã.
desacordados inquietos. bêbados esquecidos.
dela se alimentam. nela habitam.
perambulam por seus contornos.
enquanto alguns outros dormem tranquilos.
ouve atentamente seus sonhos.
pesadelos e gemidos.
possibilita que estranhos se beijem.
incita o desejo pelo desconhecido.
atormenta aqueles sem conforto de corpo e de alma.
apazigua os corações dos que procuram paz e calma.
se encaixa inteiramente expandida.
no interior de um eclipse da noite com o dia.
observa e vela calada. gritos. sussuros.
pensamentos mudos. 
inebriados por uma sede da busca pelo incerto. 
contido em sua cósmica energia.

sábado, 21 de julho de 2012

Sonata do pensamento

Uma sensação sonolenta
Que sopra um sono que sonha

Sobre o que se busca sentir
Em um supremo sentido que sonda

Soberano ao pensamento secreto
Que escuta no silêncio da noite surda

Emoções cerradas de um coração desperto
Por uma sonata que se quer pura e desnuda

domingo, 8 de julho de 2012

Solta à bailar

Eu me vôo
Plaino
Sem saber onde aterrisar 
Me solto  
Meio solta 
Feito pipa que quer 
Se pendurar

Suspensa

Observo distante
Os incontroláveis movimentos
Das correntes de ar 
Indecisos 
De seus próprios rumos 
Porém incansáveis 
No seu bailar
A Lady Whose Name was Fadora

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Percorrer o que somos

Somos feitos de tantas coisas
E tantas coisas nos fazem ser como somos
Nos percorremos na busca de compreendermos
E de descobrir aquilo que sempre fomos

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ser capixaba é...

Arranhar a unha na parede e sentir "gastura"
Não importa o ritmo, sempre saimos para o "rock"
Se for playboy vai para o "Triângulo das Bermudas"
Se for alternativo vai para "Lama"
No final do ano, a gente faz "amigo X"
Come "torta capixaba" na Semana Santa
Vai à praia pra ver a onda "pocar"
Reconhece "pomeranos" na região de montanha
Sabe que "taruíra" come mosquito
E quando encontra alguém de surpresa, diz: "iá!"


Depois do episódio de As Brasileiras de ontem, 
me bateu um saudosismo da minha terra.

domingo, 10 de junho de 2012

O sonho de Macabéa

o sonho de Macabéa era ser artista de cinema
e assim se tornou
sem sequer perceber
porque para o sonho ser real
é preciso estar inconsciente
entregue
sua sede por querer
a tudo compreender
é proporcional a sua sensibilidade
que de tão grande a fez transcender
a realidade
ficcionada pelo pensamento
se mostrou forte e frágil ao mesmo tempo
e lá no fundo
Macabéa sabia
porque sentia sem saber como
que o que a atingia
era sentimento infinito
evocado por tudo aquilo
que está repleto e ilimitado
do lado de dentro
incompleto e dispersado
do lado de fora
e assim Macabéa vira estrela
engrandece ainda mais um céu
que também sonha e transborda
o desejo de a tudo cobrir e abraçar
para enfim entender que o fim
é um eterno recomeçar


Inspirado no filme A Hora da Estrela (1985), 
baseado na obra de Clarice Lispector

sábado, 2 de junho de 2012

Quando Assim

 "...eu não sabia buscar

foi quando apareceu

o que eu quis inventar

pra preencher o meu

mundo particular..."




domingo, 27 de maio de 2012

Percepções e reverências

Abdicada de comoções
Desprovida de anseios
À espera de inspirações
Distante dos olhos alheios

Respirar o silêncio singular
Respeitar a voz da percepção
Incorporar o que se pretende articular
Diante a reverência da abnegação

Conduzir-se pelo inesperado
Nutrir-se pela pureza contida na essência
Que observa um devir regenerado
Que se manifesta sereno, imóvel e ainda em latência

sábado, 19 de maio de 2012

Daria best quotes



A minha predileta é:  
"Don't worry. I don't have low self-esteem. It's a mistake. I have low-esteem for everyone else".

Daria: animação exibida pela MTV de 1997 a 2002.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Inércia inerente

No antiritmo do mundo
Um palíndromo de emoções
Se contraem confortavelmente inertes
Inerentes a um sentimento profundo
Suspenso por estar embrionário
Introjetado para ser convergente
Ao que é originário e fecundo

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ser o não ser

Se ser é
O não ser
Também assim o é
É o não ser

A negação do que é
É a afirmação do não ser
Que assim sendo
Se é por não ser

É como querer não querendo 
O que se quer
Um querer em não ser
Já é um querer do que é

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pessoas caras e pessoas raras

Existem pessoas caras e pessoas raras. As caras ficam expostas em vitrines de luxo. Seus valores são muito caros. Poucos conseguem comprá-las. Se gabam de seu alto preço e não se vendem tão facilmente. As raras não ficam em vitrines e não são expostas. Estão escondidas, camufladas e disfarçadas de mercadoria barata. É difícil encontrá-las. Mas, não é preciso se preocupar. Pois tanto para pessoas caras quanto para pessoas raras haverá sempre diversos tipos de consumidores.

sábado, 21 de abril de 2012

Engrenagem fluida

O mundo possui sua própria engrenagem
E gira em um único sentido
Modificar sua mobilidade de percurso
Alavanca uma possibilidade do desconhecido

A nova abordagem não muda seu andamento
A sabotagem muda somente seu sabotador
A alteração não está no que concerne seu movimento
E sim na transformação do seu catalisador

O que subverte os olhos
Desconstrói os subterfúgios da mente
Isola os sentidos para sentir melhor
E se torna fluido para escorrer
E absorver concomitantemente

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Era desse lixo que precisávamos




Welcome back, Shirley!!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Suscetível a não procura

Não, não está à procura
E também não quer ser encontrada
Não antes de se encontrar

Não há volta para o que já foi
Há um novo de novo
Que renova e prova ter
Um novo sabor
De diferente valor

Subtrai-se para somar
Multiplica-se para dividir
Fraciona-se para ser inteira

Retoma a vontade instinta
Que quase extinta em si
Exerce a exaustão
O princípio de um fim

Reciclável, restaurável
Suscetível ao inconstante
Constante ciclo de existir

sábado, 31 de março de 2012

Meu coração é assim

Meu coração é assim
Cercado por brechas
Que não mais se abrem
E não mais se fecham
O que está dentro pode sair
O que está fora pode entrar
Já foi atingido por algumas flechas
Tanto de amor quanto de dor
Estas, no entanto, até furam
Mas não mais fincam
Simplesmente escorrem
E deslizam por suas brechas

terça-feira, 27 de março de 2012

Caber sem acabar

não cabe

nem em palavras nem em um papel
a vã pretensão da mente em descrever
tudo que cabe entre a terra e o céu

o que nos cabe é tentar decifrar
o que se sabe
se intui para além do pensar

em uma essência de ser
sem se acabar
sem perder

o que na permanência em caber
desajusta, deforma para melhor acomodar

quarta-feira, 21 de março de 2012

Pelo prazer da pele


É pelo prazer que eu prezo
É pelo prazer que eu quero
É pêlo que arrepia a nuca
É pele que pelo prazer aperta mas não machuca
É o para sempre que não passa
É o consentir para que satisfaça
Por todo prazer que eu prezo
Por todo prazer que eu quero


Inspirado no filme O Retrato de Dorian Gray

segunda-feira, 19 de março de 2012

1ª 2ª do resto da minha vida!

Sim, hoje é segunda-feira. Mas, não é uma qualquer. É a primeira segunda do resto da minha vida! E George Michael está ao meu lado. Juntos cantando Freedom:

"...But today the way I play the game is not the same no way
Think I'm gonna get myself happy..."

"...I think there's something you should know
I think it's time I stopped the show
There's something deep inside of me
There's someone I forgot to be
Take back your picture in the frame
Don't think that I'll be back again
I just hope you understand
Sometimes the clothes do not make the man..."

sábado, 17 de março de 2012

Espalha e espelha

Um tiro foi disparado
Dispersou e despertou
Uma diáspora de emoções
Apartadas, renovadas, transfiguradas

O que se espalha espelha o que se sente
Sem ainda saber o sabor sentido
Pelo puro apreço ao desconhecido
E a probabilidade de tornar-se factível

domingo, 11 de março de 2012

A transgressão como condição

Chaplin sabia que ao se tornar diretor e assumir o processo de edição, estaria definitivamente ganhando controle sobre o personagem, podendo agora ampliar seu registro cômico.

Como um cineasta completo e versátil, concentrou-se na dinâmica física de Carlitos. Cada movimento encontrava um novo escopo, metamorfoseando-se em coreografia, e quanto mais errática a trajetória, mais precisamente regulada sua mecânica. Uma perseguição, uma tímida contorção, um passo bêbado ou um pas de deux em um clinch de boxe: a colocação do corpo de Carlitos em movimento pautava-se por todo um vocabulário expressivo, manifestando toda uma gama de sentimentos. Nessa pantomina profundamente elaborada, o corpo em movimento "fala".

Ao introduzir elementos de um mundo surreal à existência cotidiana de Carlitos, Chaplin testaria ainda a exploração de possibilidades narrativas nas mais improváveis situações. A retórica do sonho desempenha importante papel aqui, libertando Carlitos das restrições impostas pela realidade, na medida em que desencadeia o potencial do mise en scène. O resultado, porém, é sempre um despertar doloroso. Os sonhos representam uma incursão no domínio privado de Carlitos, o palco para a sua autorrealização, o transgredir de sua verdadeira condição.

(texto "Chaplin como cineasta", em cartaz na exposição*)






De 07 de março a 29 de abril
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica
Rio de Janeiro / 2012

sábado, 3 de março de 2012

Antes de existir a voz existia o silêncio*

*Arnaldo Antunes / Música: O Silêncio



Filme: O Artista, vencedor do Oscar de Melhor Filme 2012
Diretor: Michael Hazanavicius

sábado, 25 de fevereiro de 2012

À deriva do acaso


Nuances de pequenas verdades
Que verdadeiras ou não
Internalizam vários pensamentos

Mundos paralelos, congruentes,
Divergentes de realidades presentes
Aparentes ou indiferentes

Seguem à deriva a vida derivada
Por contornos transtornados
Transformadas em nada mais de um tudo
Que não precisa mais ser

Acasos que ocasionam e revelam
Manifestações latentes de desejos
Lampejos de um sentir sem dizer
Iminentes do que acontece sem acontecer

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um passado (ainda) presente


Fez-se um silêncio profundo. Depois foi pra bem longe. Tanto que conseguiu ver o que estava perto demais para enxergar.

O doce é amargo
O calor é frio
O incômodo não incomoda
O turbilhão é calmaria

Muda sem se mover
Basta estar sem ser
Para imunizar o querer

E assim, o presente se torna, diariamente, um passado. Que ainda precisa, insistentemente, ser lembrado. Mas, que num futuro, breve em mente, irá passar de vez e será para sempre apagado.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Voar sem ecoar

Pássaros sobrevoam à frente da minha janela
Em um céu azul pálido e brilhante
Circulam plainando suaves e tranquilos
Rompem o que sinto naquele instante

Me conduzem a um despertar
A essência do que se quer viver sem dizer
A enlouquência acalmada à contemplar
Tudo que cerca e rodeia
Tudo que entristece delineia

O tempo que machuca aperfeiçoa
Dores e feridas inconsoladas
Rasgam a alma que depois remendada
Pulsa um coração que bate mas não mais ecoa

domingo, 5 de fevereiro de 2012

The hours

The Hours Suicide Note by Nicole Kidman on Grooveshark

"Dear Leonard,

To look life in the face, always, to look life in the face and to know it for what it is.
At last to know it, to love it for what it is, and then, to put it away.
Leonard, always the years between us, always the years.
Always the love. Always the hours." 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

É preciso falar de Kevin

"Só porque nos acostumamos com algo, não significa que gostamos daquilo"

Kevin, para a mãe, aos oito anos de idade.

domingo, 29 de janeiro de 2012

O Triunfo da Não Vontade

Palavras que nada expressam
Gestos mudos que cegam o olhar
A proximidade cada vez mais distante
O movimento inerte que faz a ausência presenciar
Um desencanto de tudo que o nada traz
Um desconforto confortante de não confrontar
Que conquista a vontade de não mais querer e de para sempre calar

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para caber no mundo...

...é preciso não caber-se em si

A vontade nova fez o sentido sorrir
A tranquilidade traz a calma no existir
O simples pensar sinaliza o olhar
Observar o que vem de dentro
E quer sair, buscar, libertar
O que pode estar aqui ou em outro lugar
O que não cabe em si e quer explorar
Instintiva e continua mente
Sem conter, sem correr, sem calar

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Tomboy

...E nada melhor do que ver questões tão complexas, seja no cinema ou na vida, de uma forma tão espontânea, bonita e poética.

Inspirado no filme Tomboy

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Redesenhando

Me risco, rabisco e arrisco
Num rascunho com novos contornos
Propondo um novo desenho
Um esboço que redefine novos traços
Formas que perspectivam o olhar
Recrio, planejo, refaço
Me projeto, reflito, realço
Num papel que rasgo, despedaço
Para depois, de novo, recomeçar
 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Variados momentos únicos

Os momentos podem ser vários sendo únicos e únicos em variados momentos.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Ditos e ditados de mamãe

Para encorajar: "Mete os peito!"
Para os dias de frio: "Leva um capote"
Para as noites difíceis: "Uma noite passageira é"
Para assumir a realidade da vida: "Pra morrer, basta tá vivo"
Para aqueles que compreendem: "Pra quem sabe ler um pingo é letra"
Para o mundo que não para: "Enquanto o povo cochila, lá vai notícia da vila"
Para os negros que parecem nunca envelhecer: "Nego quando pinta, tem mais de 130"

domingo, 1 de janeiro de 2012

À margem do tempo

À margem de um tempo presente
Nostálgica por um tempo passado
Existido com e sem a minha existência
Estaciono num instante
Me manifesto pela ausência

De ser e estar
Perdida, recolhida, excluída
Ao que concerne a um momento
Em que o vazio parece ocupar
O que foi, o que é e o que não virá
Licença Creative Commons
Blog de Larissa Bello é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.