Chuva de primavera que inunda a terra
E exala, ao estiar, seu aroma primordial
Se mistura na profundeza do que nutre
Para depois transcorrer em ascendência
Ao lugar onde pertence
Em um estado rarefeito e universal
Umidifica a aridez do ar
Propaga a condição a que se propõe
Divaga entre céus ocultos e distantes
Conduzida por ventos uivantes
Que estão além do que se supõe
O oscilar de sua densidade
Não está em sua própria vontade
E sim no fortuito de sua natureza
Que flui em fluxo contínuo
E obedece nada mais do que ela mesma
Se extingue ao contrair seu movimento
E segue suspensa
Em busca de um novo quando
Para fazer deste o seu momento
E se liquefazer perante uma existência
Que permeia a solidez de um entretanto