sexta-feira, 27 de abril de 2012

Pessoas caras e pessoas raras

Existem pessoas caras e pessoas raras. As caras ficam expostas em vitrines de luxo. Seus valores são muito caros. Poucos conseguem comprá-las. Se gabam de seu alto preço e não se vendem tão facilmente. As raras não ficam em vitrines e não são expostas. Estão escondidas, camufladas e disfarçadas de mercadoria barata. É difícil encontrá-las. Mas, não é preciso se preocupar. Pois tanto para pessoas caras quanto para pessoas raras haverá sempre diversos tipos de consumidores.

sábado, 21 de abril de 2012

Engrenagem fluida

O mundo possui sua própria engrenagem
E gira em um único sentido
Modificar sua mobilidade de percurso
Alavanca uma possibilidade do desconhecido

A nova abordagem não muda seu andamento
A sabotagem muda somente seu sabotador
A alteração não está no que concerne seu movimento
E sim na transformação do seu catalisador

O que subverte os olhos
Desconstrói os subterfúgios da mente
Isola os sentidos para sentir melhor
E se torna fluido para escorrer
E absorver concomitantemente

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Era desse lixo que precisávamos




Welcome back, Shirley!!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Suscetível a não procura

Não, não está à procura
E também não quer ser encontrada
Não antes de se encontrar

Não há volta para o que já foi
Há um novo de novo
Que renova e prova ter
Um novo sabor
De diferente valor

Subtrai-se para somar
Multiplica-se para dividir
Fraciona-se para ser inteira

Retoma a vontade instinta
Que quase extinta em si
Exerce a exaustão
O princípio de um fim

Reciclável, restaurável
Suscetível ao inconstante
Constante ciclo de existir

sábado, 31 de março de 2012

Meu coração é assim

Meu coração é assim
Cercado por brechas
Que não mais se abrem
E não mais se fecham
O que está dentro pode sair
O que está fora pode entrar
Já foi atingido por algumas flechas
Tanto de amor quanto de dor
Estas, no entanto, até furam
Mas não mais fincam
Simplesmente escorrem
E deslizam por suas brechas

terça-feira, 27 de março de 2012

Caber sem acabar

não cabe

nem em palavras nem em um papel
a vã pretensão da mente em descrever
tudo que cabe entre a terra e o céu

o que nos cabe é tentar decifrar
o que se sabe
se intui para além do pensar

em uma essência de ser
sem se acabar
sem perder

o que na permanência em caber
desajusta, deforma para melhor acomodar

quarta-feira, 21 de março de 2012

Pelo prazer da pele


É pelo prazer que eu prezo
É pelo prazer que eu quero
É pêlo que arrepia a nuca
É pele que pelo prazer aperta mas não machuca
É o para sempre que não passa
É o consentir para que satisfaça
Por todo prazer que eu prezo
Por todo prazer que eu quero


Inspirado no filme O Retrato de Dorian Gray
Licença Creative Commons
Blog de Larissa Bello é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.