quinta-feira, 31 de outubro de 2013

À procura da beleza

A procura pela verdadeira beleza se inicia no não desejo
Respira o ar flutuante de um pensamento apenas sentido
Frustra palavras que buscam expor o que é dito
Dentro da voz do silêncio, que mesmo ignorado
Mantém seu repertório conjugado e nunca se dissipa

Verbos inacabados de um instante
Que lhe é inato por assim lhe estar atribuído
Aceita o conforto de sonolentos olhos cerrados
Que despertam a dormente paisagem em si projetada
Diante do que sempre foi e do que sempre tem sido

5 comentários:

Flá Costa * disse...

você escreve com tanta competência e profundidade que as vezes me pego parando de linha em linha para ler e te entender como deveria.

beijoca

Laura Santos disse...

Sua poesia não é para todos...:-) Uma escrita muito elaborada que ultrapassa o óbvio...
É muito difícil comentar este poema.
Eu diria que a beleza é o que vive para além de um primeiro olhar, pode até ser indefinível, no entanto vivendo enquanto construção mental, em pensamento ou ideia definitiva, recebeu eventualmente uma participação das sensações. Contudo, a beleza é a bondade suprema, é a justiça, é uma criação artística, é uma tentativa de superação do humano, e nesse sentido a beleza é perene.
xx

Fred Caju disse...

Tive preconceito com o título, confesso. Mas li e gostei. Abração!

Dani disse...

Eu li um texto do Diego Quinteiro e acho que se encaixa no sua poesia: "Porque quando você diz que alguém é belo ou feio, nunca está dizendo algo sobre a pessoa, está sempre dizendo algo sobre si mesmo. O correto não seria dizer “isso é belo”, mas sim “isso é belo em minha mente, em minha alma”."

Beijos

Helen Ferreira disse...

''Diante do que sempre foi e do que sempre tem sido ''
Que finalzinho cortante e real.
Gosto das tuas palavras que me chegam sempre tão certeiras.

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