domingo, 26 de agosto de 2012

Verdade uma ilusão

"saudade não é quando sentimos a falta da pessoa 
e sim quando sentimos sua presença"

(Marisa Monte, se referindo a Cássia Eller durante o show 
de sua deslumbrante turnê "Verdade uma ilusão")

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O vazio que ocupa

      O que ultrapassa a percepção espacial do corpo
          É o vazio impresso definido pela sua presença ausente
             Rasga a pele e revela a essência
                 Num estado repleto o qual lhe é inerente
                     O que excede o contorno delimitante do corpo
                           É a sua capacidade ordinária e não obstante
                                De ocupar e preencher qualquer ambiente
                                     Que mesmo abstrato em sua forma
                                           Também se molda em função deste corpo
                                               Perante ao desejo contido que extrapola
                                                   A vontade de se fazer coerente

BED, de Antony Gormley

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Kaspar Hauser

Isolado do mundo
Sem contato humano algum
Não sabe andar
Escrever, ler ou falar
Seu aprendizado está no fato de nada ter aprendido
Conhece apenas os mais básicos instintos
Sede, sono, dor, fome e frio
Sem sequer saber que assim lhes são definidos

É deixado numa praça
Agora não mais isolado
Livre, exposto
Aos olhos dos outros
É um estranho
Que a tudo estranha
Todos querem salvá-lo de tanto sofrimento
Sendo que ele mesmo nem entende que havia sofrido

Deve aprender que é um ser social
Para possibilitar seu convívio
Se vê presente no tempo
Avança
Questiona o corpo que sente
A vida das coisas
E as dúvidas da mente
Sonho, realidade
Pensamento e imaginação

De repente, tudo se apaga
E apesar de tanto aprendizado
Não compreende
Está de volta à escuridão
Ainda pior do que antes
Pois agora tem a consciência plena
Da dor que corrói e sangra em seu coração


Inspirado no filme O Enigma de Kaspar Hauser

sábado, 28 de julho de 2012

Música, voz e poesia


Após vê-lo ao vivo ontem, comprovei:
Filipe Catto é feito de música, voz e poesia.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

É madrugada

hoje é quarta. mas já é quinta.
é madrugada. 
lugar onde o tempo transita.
elabora o ontem. prepara o amanhã.
desacordados inquietos. bêbados esquecidos.
dela se alimentam. nela habitam.
perambulam por seus contornos.
enquanto alguns outros dormem tranquilos.
ouve atentamente seus sonhos.
pesadelos e gemidos.
possibilita que estranhos se beijem.
incita o desejo pelo desconhecido.
atormenta aqueles sem conforto de corpo e de alma.
apazigua os corações dos que procuram paz e calma.
se encaixa inteiramente expandida.
no interior de um eclipse da noite com o dia.
observa e vela calada. gritos. sussuros.
pensamentos mudos. 
inebriados por uma sede da busca pelo incerto. 
contido em sua cósmica energia.

sábado, 21 de julho de 2012

Sonata do pensamento

Uma sensação sonolenta
Que sopra um sono que sonha

Sobre o que se busca sentir
Em um supremo sentido que sonda

Soberano ao pensamento secreto
Que escuta no silêncio da noite surda

Emoções cerradas de um coração desperto
Por uma sonata que se quer pura e desnuda

domingo, 8 de julho de 2012

Solta à bailar

Eu me vôo
Plaino
Sem saber onde aterrisar 
Me solto  
Meio solta 
Feito pipa que quer 
Se pendurar

Suspensa

Observo distante
Os incontroláveis movimentos
Das correntes de ar 
Indecisos 
De seus próprios rumos 
Porém incansáveis 
No seu bailar
A Lady Whose Name was Fadora
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