quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Arte de Perder(se)

Há um tempo atrás tive laringite e perdi a voz. Hoje perdi a chave de casa. Perder sempre é ruim. E sempre perdemos objetos... lugares... pessoas... amores... conceitos... a si mesmos... Ganhar sempre é bom. Mas, quando perdemos é que nos damos conta do que ganhamos. Então perder não é sempre ruim. Nos faz perceber o que ganhamos. Elizabeth Bishop escreveu que perder é uma arte. Já que tantas coisas parecem já feitas para serem perdidas. Que perdê-las não é nenhum desastre. E que devemos aceitar a perda, lidar com ela e aceitar que ela sempre vai existir. Podemos perder... objetos... lugares... pessoas... amores... conceitos... a si mesmos... E depois (re)encontrar tudo novamente. Para, quem sabe, talvez, perder tudo novamente.

One Art
by Elizabeth Bishop

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent to be lost
that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.
 
Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Um comentário:

aline disse...

bishop escreveu tudo o que eu penso sobre perdas.

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